terça-feira, 24 de março de 2009

O Desporto

O Desporto tem hoje uma dimensão que não tinha ontem. Tal deve-se ao facto de que ontem o Desporto era uma actividade organizada por clubes ou organizações desportivas, em que eram os seus dirigentes e os seus desportistas os responsáveis pela organização desportiva.

Peço desculpa... estava a esquecer-me da população próxima do clube. Sim, muitas vezes eram estas pessoas que auxiliavam a as organizações e "suportavam" o clube, recebendo em troca a gratidão ou a já clássica bifana e um sumol.

Claro que a população deve continuar próxima dos clubes, os desportistas devem participar. Mas o Desporto (em particular os eventos desportivos,tornou-se um mega negócio. Como tal, o Sr. Silva da oficina, o Sr. Pereira da padaria, e todos os outros Sr.'s que colaboravam não podem ser os PRINCIPAIS intervenientes na organização dos eventos (estes Sr.'s continuam a ser muito importantes, mas noutras funções).

Hoje o Desporto é muito mais que isso...

No Desporto de hoje há espaço para todos. Mas, num hospital ninguém pede a um doente para operar outro doente. Numa oficina não se pede ao Sr. que tem o carro avariado que seja ele a arranjá-lo. Procura-se SEMPRE a pessoa competente e capaz de resolver o problema. Como tal, no Desporto devemos dar oportunidade às pessoas capazes e competentes de organiza, inovar, idealizar, brilhar neste novo panorama desportivo. O desporto movimenta muitas unidades monetárias, valores, regras, etc., portanto, para tal, deverá ser organizado e gÉrido por pessoas capazes e competentes.

O Desporto merece melhor tratamento. Ele (trans)forma o Homem, leva-o na procura da transcendência, como tal, deverá ser capaz de causar-lhe essa sensação de transformação.

Abraço

sábado, 21 de março de 2009

O Ensino e a Tecnologia

Serão o ensino e a tecnologia convergentes ou divergentes no que diz respeito ao ensino?

A resposta é que são convergentes mas com algumas limitações.
Passo a explicitar.

Na conjectura actual da instituição ESCOLA e no ensino português, tendo ainda em conta o tipo de jovens estudantes, temos que ter algum cuidado na análise desta problemática.

A verdade é que o MAGALHÃES, as "pen´s" que transportam informação assim como os "quadros interactivos" vieram dar algum contributo ao ensino.
Mas será esse contributo suficientemente elevado para tal investimento? Para privar as crianças de outras metodologias e estratégias de ensino-aprendizagem?

Na conjectura actual, as crianças passam cerca de 8h (até agora... já há quem queira escolas abertas 12h) "aprisionadas" numa escola, entre aulas regulares e AEC's. Onde está o tempo para as crianças brincarem e aprenderem? Como podem as crianças estimular o seu cérebro com um dia tão preenchido de "trabalho"? E brincar, sonhar, enfim... viver?

Ouvi recentemente num programa de rádio que há alguns estudos da área das neurociências que demonstram que o cérebro das crianças, e também devido à constante prisão ao estudo e às tecnologias (Magalhães, consolas, e outros que tal), está num processo de atrofio. O cérebro precisa de estimulação, senão não desenvolve.

É isto que queremos? Homens tecnológicos?

A tecnologia é importante, mas não pode condicionar tanto e desta forma a formação do Homem.

Pais, educadores e professores... estimulem os vossos alunos. Não os deixem atrofiar, eles têm tanto para dar...

Abraço

sexta-feira, 20 de março de 2009

10 Regras de OURO

No quadro abaixo apresento 10 regras de ouro que podem ajudar na análise de problemas e tomada de decisões.

in: "Coaching para docentes"
Vale a pena reflectir nisto...

Abraço

A importância do professor

"Um bom professor
tem pouca história própria para contar,
a sua vida passa para outras vidas,
os professores são os pilares
da estrutura mais intima dos nossos colégios,
são mais fundamentais
que as pedras ou que as vigas
e continuam a ser uma força impulsionadora
e uma energia reveladora
que nos guia nas nossas vidas"

De aluno para professor

in: "Coaching para docentes"

terça-feira, 10 de março de 2009

A TV e o Desporto

Saudações desportivas

Caros leitores.

Este tema surge na sequência da "excelência" das transmissões televisivas dos jogos da "Liga Sagres".
Assim sendo, o que vos quero falar não é de:
  • 30 repetições de um lance "normal"
  • da excelência dos comentadores (ou será comentadeiros) desportivos (quer dizer, se calhar são emissores de opinião, não sei...)
  • das pausas para publicidade
  • da falta de jeito de alguns jornalistas para fazer questões - quer a treinadores quer a jogadores
  • da não entrevista ao arbitro no final do jogo. Porque não fala ele do jogo? É um interveniente.
  • entre outras coisas...

Mas sim de:
  • agressões
  • cuspidelas
  • insultos (quer entre jogadores, quer entre arbitro e jogadores)
  • e todas as outras coisas nefastas ao desporto, mas que infelizmente teremos que conviver com elas
A respeito, preocupam-me algumas coisas nas transmissões desportivas em geral, e em particular no Futebol. Pensemos...
  1. Quando há uma agressão entre jogadores (p.e.), é pertinente que a TV transmita uma repetição do lance, quer para esclarecer aquele telespectador que estava a beber "çarveja e comer "tramoços", quer para análises "pertinentes" por partes desses grandes especialistas, os "COMENTADEIROS DESPORTIVOS". Mas, a TV não transmite um repetição, transmite um cento delas, de todos os ângulos possíveis e imaginários. Para quê? Uma chega para analisar o lance. Não é preciso vermos um cento de vezes que o jogador agrediu outro. Aliás, essas agressões tornar-se-ão um mau exemplo para todos aqueles que praticam Desporto.
  2. Pior... porque razão os "Senhores" das câmaras filmam os jogadores a ter aquele gestão tão másculo que é cuspir para o chão? É realmente uma imagem linda...
  3. Ainda pior, e trato apenas 3 situações, é ouvir e ver os jogadores a insultarem-se e a insultarem o arbitro. Que o insulto (ou clássico "picanço") aconteça, é uma "normalidade" no jogo, agora, o realizador não precisa mostrar mais um cento de repetições, muito menos nas câmaras em que foca a boca do jogador a dizer: "oh sr arbitro, o senhor que vá ser feliz para o paraíso", ou "sr arbitro, eu nem toquei no meu colega, toquei apenas na bola, porque razão o sr me admoestou o cartão que pune uma falta perigosa".
Enfim... nós, como consumidores do Desporto merecemos um MELHOR Desporto, portanto, Srs da TV preocupem-se com o espectáculo e não com coisas como referidas anteriormente. As Leis de Jogo (bem ou mal concebidas e aplicadas) estão definidas e ao Sr Arbitro cabe ajuizar. Portanto deixem-nos ver o jogo.

Abraço e pensem nisto...

O Desporto e a Cidade

Amigos leitores assíduos e asserrimos deste blogue...

Hoje o tema que vos trago diz respeito "à produção" de desportistas de uma Cidade nada facilitadora deste fenómeno...

Leiria...

Sim, neste cidade nasceram e formaram-se grandes Homens, bem como grandes desportistas.
Tendo por base o artigo publicado no "Jornal de Leiria" (Ano XXV, Edição 1286 de 5 de Março de 2009).

No artigo publicado neste jornal podemos ver o seguinte quadro:

Fonte:"Jornal de Leiria" (Ano XXV, Edição 1286 de 5 de Março de 2009).

Como podemos observar, no distrito de Leiria têm-se formado alguns desportistas que atingiram o alto rendimento, ou patamares mais elevados do que as divisões distritais ou regionais.

Mas, mais uma vez, estes desportistas formam-se e são formados em condições, por vezes, "más". Isto é, treinam em condições adversas (falta de equipamentos e infra-estruturas desportivas), têm treinadores que são "obrigados" a treinar por carolice ou "amor" aquilo que fazem e à formação de jovens desportistas.

A minha crítica vai em dois sentidos:
  • Condições de treino
  • Treinadores e dirigentes desportivos
Por um lado as condições de treino nem sempre são as mais adequadas. Os problemas são essencialmente:
  • a falta de uma infra-estrutura de suporte (pavilhão ou campo) ou há e está em más condições
  • a falta de equipamentos desportivos - equipamentos de jogo, material de treino ( desde bolas, coletes, tabelas, sticks, balizas, etc.)

Por outro lado, no que diz respeito aos treinadores, há algumas coisas a considerar:
  • Os treinadores muitas vezes não têm competências, praticaram a modalidade vários anos, e com o know how que têm dão treinos e formam estes desportistas (Deveria ser assim? Não haverá por aí alguém licenciado na área, ou com competências na área?). Porque conseguem formar então desportistas de elite?
  • Os dirigentes desportivos na maior parte dos clubes não tem formação, está no clube por afinidade. Para ajudar. Essas pessoas são precisas, mas talvez, e isto digo eu, em funções não tão "importantes". Não directamente ligadas à gestão do clube, bem como à politica desportiva. Mais, estes dirigentes não garantem vencimento aos seus treinadores. Se querem profissionais competentes e capazes têm que pagar. Sim, porque as pessoas para terem competências tiveram (e continuam) que se formar.
Com todas estas "adversidades" a cidade Lis continua e continuará a formar desportistas de elevado nivel.

PS - Uma questãzinha para reflexão: Será que a construção do Estádio Dr. Magalhães Pessoa, ajudou à formação de algum destes desportistas? Não sei... mas os milhões lá "enterrados" de certo dariam para ajudar muitos clubes da região...

Vale a pena pensar nisto.

Abraço

quinta-feira, 5 de março de 2009

O Pequeno rectângulo azul

Olá caros leitores

Mais uma vez venho falar-vos (ou será mais um desabafo?) do pequeno rectângulo azul que transformou a cabeça dos nossos pequenos pré-adolescentes. Falo-vos, claro está, do MAGALHÃES.
Bom... Esta transformação ocorreu eu duas fases:
  1. A primeira fase foi a ilusão, quando no inicio do ano lectivo o Sr. Primeiro Ministro anunciou que todas as crianças (as que quisessem) poderiam adquirir o computador a baixo custo. Logo, os pequenos jovens ficaram completamente extasiados com a ideia de ter um computador à sua medida.
  2. A segunda fase, e para mim a mais preocupante, é a chegada do Magalhães às mãos das crianças.

Assim sendo, impõe-se uma questão: Será o Magalhães à medida essencial na formação das crianças e essencial para a sua formação?
A resposta é, parece-me, óbvia...
NÃO, CLARO QUE NÃO! Apresento algumas justificações para o NÃO:
  • Pelas informações que tenho recolhido o Magalhães serve "apenas" para jogar! (segundo algumas breves e informais inquirições a alguns "sortudos" a quem o Magalhães já chegou à mão)
  • Alguns pais dizem até que com o Magalhães o filho vai mais tarde dormir
  • Algumas crianças levam-no para a escola, para ligar nos intervalos e/ou na hora do almoço. E que fazem? Será para ler algum pequeno livro infantil? Será para estudar algumas matérias escolares?
O que esperava o Sr. Primeiro Ministro ao dar o Magalhães a estas crianças? Construir espaços lúdicos e desportivos, espaços de aprendizagem? NÃO! O Magalhães é que vai formar os Homens do futuro.

O que esperavam os pais ao adquirir o Magalhães para os seus filhos?
Dar-lhes ou proporcionar-lhes uma vida activa de estímulos, comprar-lhe livros e outros instrumentos de aprendizagem, brincarem com eles? NÃO! O Magalhães será o melhor amigo do meu filho e fará dele um grande Homem.

Pais e educadores, peço-vos o favor de pensarem nisto.


Abraço

O Desporto Escolar - MEGA

Olá caros leitores...

O Desporto é, por si só, um turbilhão se sentimentos, sensações, emoções, e tantas outras coisas. Mas, em contexto escolar, torna-se uma "coisa diferente", em particular quando os jovens desportistas têm encontros regionais. Eles partilham essas emoções com colegas de outras localidades e escolas, o que torna o encontro mais "mágico"
Decorreu hoje no Estádio Dr Magalhães Pessoa (Leiria) mais uma final regional do MEGA nas diferentes disciplinas de atletismo.
Confesso que me perdi na emoção daquelas crianças e jovens. É uma óptima sensação olhar a satisfação com que aquelas crianças e jovens praticam o "seu" desporto, ao seu ritmo, representando com todo o orgulho e afinco a sua escola. Deve dar-se os parabéns aos profissionais que com elas trabalham e lhes proporcionam uma melhor vida e consequente formação humana.

Mas, a par desta magia e emoção do desporto, assisti a uma coisa que me preocupa. E bastante!
Qual não é o meu espanto ao entrar pelo estádio dentro, dou de caras com um jovem (não mais que 13/14 anos) com o seu "cigarrinho" na mão. Mais, à saída do estádio, o mesmo sucedia com alguns professores e/ou encarregados de educação (sinceramente nem lhes perguntei quem era... talvez não fosse na minha conta).

Nesta situação há, essencialmente, duas coisas que me preocupam:
  • Um jovem, antes ou depois, da prática desportiva a fumar? Com uma idade tão precoce? Não deveria haver um controlo mais "apertado" por parte dos pais?
  • Os professores e/ou encarregados de educação deveriam ser um "exemplo". Sim, caso alguns não tenham percebido, tudo o que mostramos aos nossos jovens eles absorvem com uma facilidade tal, quem nem percebem bem se é bom ou mau. Simplesmente "imitam", querem ser rapidamente crescidos.
Deixem e obriguem os nossos jovens a brincar e a praticar Desporto e a fazer outras coisas saudáveis para o seu "TODO". Não os prendam (ou deixem que eles se prendam) às mesas e cadeiras, nem aos computadores e aos jogos virtuais.

Deixem-nos viver e brincar... Só assim serão felizes...

Vale a pena tomar atenção nisto.

Abraço

domingo, 1 de março de 2009

O SUCESSO dos Clubes "desconhecidos"

A pertinência deste tema deve-se ao facto de que no nosso País existe uma excelência extraordinária a nível da comunicação social, quando falamos de sucesso desportivo.
Isto acontece quando?
Acontece quando alguns desportistas deste país têm sucesso. Senão vejamos:
  • Se a Vanessa Fernandes ganha alguma prova o comentário nos media é: "Vanessa Fernandes, a atleta do Benfica ganha mais uma prova, ou medalha"
  • Se o Nelson Évora ganha alguma prova o comentário nos media é: "Nelson Évora, o atleta do Benfica ganha mais uma prova, ou medalha"
  • Se a Ana Hormigo (judo) ganha alguma prova o comentário nos media é: "A atleta portuguesa ganhou mais uma medalha"
  • Se Emanuel Silva (canoagem) ganha alguma prova o comentário nos media é: "O atleta português ganhou mais uma medalha"
  • Quando Rosa Mota ganhou as provas que ganhou, os comentário nos media eram: "A atleta portuguesa, Rosa Mota, ganha mais uma medalha"
Destes cinco exemplos vejo um tratamento diferente dos Clubes aos quais estão associados os desportistas. Sim, um tratamento bem diferente...

Antes de mais Ana Hormigo é judoca do Associação Judo Clube União Albicastrense, o clube de Emanuel Silva o Clube Náutico do Prado e Rosa Mota foi atleta do Centro de Atletismo do Porto. É verdade. Estes clubes existem e formam Desportistas de alto nível.

Provavelmente uma grande percentagem dos leitores deste post desconheciam quais os clubes de alguns destes excelentes desportistas.

A minha pergunta é: porque não se dá mais ênfase aos clubes "mais pequenos", aqueles que realmente formam desportistas, que não se aproveitam daquilo que os outros formam e recolhem os louros?

Serão os Clubes como Benfica, Sporting, Porto, ou outros com maior projecção desportiva que merecem ser projectados quando os desportistas obtêm resultados?

E os outros? Aqueles "mais pequenos" que também obtêm resultados? Esses sim, merecem que se fale neles, que se apoiem, que se patrocine, que se tudo...

Alguma vez se falou na Associação Judo Clube União Albicastrense? Alguma vez se falou do Clube Náutico do Prado? Alguma vez se falou do Centro de Atletismo do Porto?


Vale a pensar pensar nisto e apoiar este Clubes. Eles sim, precisam de apoio e projecção.

Abraço

O Magalhães

Este é o nome que revolucionou a cabeça dos jovens (até aos 10 anos) de hoje. O nosso Sr. Primeiro Ministro teve a bondade de assinar um protocolo com a empresa JP Sá Couto, para o fornecimento de computadores portáteis aos meninos, o tão famoso MAGALHÃES.
À primeira impressão tudo parece "normal" mas vejamos:
  • Serão mesmo precisos estes "Magalhães" para um melhor desenvolvimento e crescimento (a todos os níveis - social, físico, psicológico, etc.) das crianças que os têm? Sim, porque em dois dias consecutivos a imagem que guardo (no primeiro dia) é de uma criança sentada no chão com o Magalhães ao colo a jogar pinball. No segundo dia a imagem é de uma mãe a brincar com o Magalhães do seu filho. Não estou aqui a querer dizer que as crianças não deverão ser informática e tecnologicamente dotadas, mas sinceramente vejo outras coisas que considero mais importantes e fundamentais para um desenvolvimento saudável das crianças.
  • Afinal para que servem estes computadores? Não tenho uma resposta... mas suspeito que, pelo menos, serviu para encher os bolsos da empresa JS Sá Couto. Sim, porque esta empresa teve um crescimento de 1314,5% no passado mês de Dezembro quando todas as empresas em Portugal estão em crise. Serei só eu a ver aqui "coisas"?
  • Mais... Se esta empresa teve assim um crescimento porque razão os Magalhães estão a ser entregues às "prestações", isto é, cada escola vai recebendo meia dúzia de cada vez, que depois vai distribuindo conforme acha... Porquê?
Antes de dar um Magalhães ao seu filho pense bem se será mesmo isso que ele precisa.
Vale a pena pensar nisto.
Abraço